quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Velocidade de conexão

Finalmente as instituições paraenses conseguiram um motivo pra causar inveja em instituições de outras regiões. É que por esses tempos foi instalada no estado do Pará a rede metrobel, rede de fibra óptica com 52 km de extensão, que permite conexão de alta velocidade à todas instituições parceiras do convênio firmado entre o governo do estado e a eletronorte . A conexao de 100gb, mil vezes mais veloz que a mais rápida conexão oferecida pelas operadoras da região, vai permitir que as 12 instituições de ensino e pesquisa públicas e privadas beneficiadas pelo serviço tenham capacidade de realizarem vídeo-conferências, tele-medicina, ensino a distância, acesso a acervos digitais e ampliação de pesquisas avançadas que exijam transmissão de dados de grande capacidade. Enfim, algum avanço aparente. Mas como sempre, temos a boa e a má notícia. A má é que para que haja 100% de aproveitamento dessa absurda velocidade de conexão é preciso que os aparelhos usados pelas instituições (posso falar com certeza da ufpa) sofram pequenas modificações, como por exemplo sejam trocados os suites, que eu descobri um dia desses, é o negocinho em que o cabo de conexão é plugado. Os que estão instalados hoje, tem capacidade de aproveitamento muito inferior ao que é disponibilizado pela rede metrobel. Claro que isso exige investimento, ou seja, a universidade precisa liberar grana, o que não é tão simples e fácil como muitos pensam. Mas pelo menos já estamos no meio do caminho.

Nerusa Palheta

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Bons momentos

Um bom momento é sempre bom
acontece e traz vibrações positivas
momento bom é quando a alma dá saltos de felicidade
ou sente que de nada precisa
é calma, equilibiro, sabedoria
é estar em paz,
é estar bem em todos os sentidos
é se sentir amado, se sentir amigo
é estar feliz por estar vivendo aquele momento
é tão intenso que a gente quer que seja eterno
e é eterno enquanto dura
e se eterniza na memória
porque a vida é feita de momentos
e bons momentos fazem nossa história.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Princípe ou sapo... Eis a questão.




Desde a infância, as mulheres foram educadas e até persuadidas a esperar por um conto de fadas com direito a príncipe encantado daqueles que chegam na hora certa com uma atitude heróica acabam com os problemas e transformam positivamente a vida delas, um príncipe tão perfeito que em alguns momentos até se confunde com super herói, já que beijos com poder de ressuscitar e sapos que podem se transformar em homens maravilhosos, são inegavelmente super poderes!
Assim, crescem aguardando ansiosamente o momento de encontrar o príncipe encantado, de viver o conto de fadas, o final feliz... Mas infelizmente a maioria das histórias não tem roteiro bem escrito ou final cinematográfico. Então conhecem a desilusão, a dor e a frustração de acreditar... Seja em conto, fada, amor ou em alguém específico.
Ser mulher é sempre mais difícil e doloroso, pois é o sexo erroneamente denominado de frágil que agüenta as maiores dores. Até biologicamente falando, a mulher é mais forte, agüenta dor da cólica, da primeira transa, do primeiro filho... Agüenta dor de amor, dor de cotovelo, dor de ego ferido.
Amor de verdade é tudo que uma mulher quer e passa a vida toda procurando, roteirizando, fazendo filmes e trilhas sonoras mentais, idealizando a chegada do príncipe, seja a cavalo ou carro importado, desde que mude fantasticamente a vida dela e faça brotar sorrisos ao invés de lágrimas. Por isso o sexo feminino sofre demais, as mulheres têm um grau superlativo intrínseco em tudo que fazem. Vivem, amam, choram e esperam mais...
Em contrapartida, amadurecem primeiro, sobrevivem mais fortes, seguem firmes pelo caminho até o dia em que aprendem que contos de fadas não são reais, assim como não são os príncipes, sapatos de cristal e similares.
Depois dessa incrível descoberta aprendem a viver no mundo real em que até sapos estão em extinção, pois estes numa outra realidade podem até se transformar em príncipes, mas os pseudo príncipes da vida real, em que se transformarão?


Natascha Damasceno

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Por que escrever?

Escrever se coloca como uma questão de sobrevivência pra mim. Essa frase certamente não é nada original, profunda, e duvido mesmo que seja verdadeira. Mas escrevi, está escrita. Me recuso, agora, a rever as minhas construções palavrais, numa busca obsessiva pela auto-censura. Mas vejam só como esse agente infiltrado trabalha bem: nessas quatro linhas já fiz inúmeras correções.

Sinceramente, sinto inveja das pessoas que não precisam escrever. São os tais "bem resolvidos", expressão cretina e de significado obscuro. Resolvidos do quê? Resolveram alguma coisa, resolveram a si mesmos? O que é que se resolve? A parte esses questionamentos próprios de "confusos", o fato é que essa categoria de iluminados esbanja espontaneidade, desencanação, falam e fazem as maiores cagadas e depois estão aí, lindos e serelepes, prontos pra atazanar de novo. Não vou cair na tentação de chamá-los de ignorantes, os despreparados que não tomaram a pílula vermelha (ou é a azul?), e não sei que mais historinhas inventadas pelos cabisbaixos pra dar uma turbinada no ego. Não pô, eles é que estão certos. Pra quê complicar a vida? A ordem é relaxar e gozar. Esse estado de espírito se aproxima do dos outros animais, e não falo isso pra sacanear. Os outros animais não têm todas essas categorias e sub-categorias em suas psiques, e não aparentam sentir a menor falta disso. Acho que o prêmio pra quem se comporta direitinho é voltar na forma de pássaro, leão, sapo...

É. Como eu ia dizendo, escrevo pra não pirar de vez. Tenho feito meditação também, ou pelo menos tentado. O importante é varrer uma série de inutilidades que povoam a cachola, e ficar só com o essencial. Os dois métodos funcionam. Claro que escrever é bem mais fácil, e justamente por isso é o que eu mais pratico. Quando eu atingir o nirvana, vou escrever só por diversão e com certeza por motivos profissionais. Talvez demore, talvez nunca aconteça. A gente faz o melhor que pode. Digo por diversão, porque percebi que tô dando uma dramatizada na minha situação. Tenho essas viagens. Já estava me imaginando o próprio Dostoievsky escrevendo sobre o que o levou a ser escritor. Por sorte eu tenho uma vozinha lá das profundezas que me alerta, serenamente, sobre os perigos da subida. Dificilmente eu a escuto, porque ela é super careta e eu ainda sou bastante rebelde. Só que ela sempre tem razão.

Não sei como continuar esse texto, mas teimo em continuar. Isso não é nada engraçado. Precisar escrever, não saber o que escrever e não querer escrever aquilo que se precisa. Apesar de tudo, não me lembro de paixão mais compulsiva do que esse meu hábito de escrever.

Alan Araguaia

domingo, 12 de agosto de 2007

A intérprete

Enquanto eu fazia uma varredura pelo fluxo mental, em busca de matéria-prima para a realização literária - o que era um grande aborrecimento - você se deitava no sofá com as pernas descansadas no raque, lendo sua revista semanal, ao mesmo tempo em que tentava puxar uma conversa comigo. Tudo você fazia com muita naturalidade e parecia que nada era capaz de expulsar a serenidade de seu rosto. Eu não podia conversar com você enquanto tentava me concentrar em minhas idéias, e isso me chateava ainda mais, pois ouvir a sua voz era mais atraente do que continuar com essas tentativas frustradas e por vezes patéticas. Uma vez mais renunciei a essa minha vaidade intelectual para falar das suas coisas de jornalista atenta. Meu imenso egoísmo me impedia de me interessar por tais assuntos, pois escapavam totalmente ao meu controle e círculo íntimo, e exatamente por serem muito grandes eu as considerava minúsculas.


Mas esses assuntos sociais, econômicos, políticos, e os domésticos, colocados pela sua voz adquirem um significado radicalmente novo. Você é a minha ligação com esse mundo que insisto em rejeitar, pois te amo e esse amor abarca as coisas que você ama. Quando te conheci, você estava rodeada daqueles sujeitos que eu repugno, e aos quais ironicamente sempre estou me igualando, tornando-me um deles, ou ainda mais mesquinho, hipócrita e vazio. Todos nós, homens da mesa, queríamos chamar a sua atenção, todos nós nos esforçávamos para ofuscar a inteligência alheia. Nessa guerrinha pelo direito de acasalamento eu adotava a estratégia do silêncio contínuo alternado por frases lapidarmente elaboradas. É óbvio que estava em grande desvantagem, por esse excesso de polidez e covardia dissimulada. Só que você era generosa com todos, distribuía sorrisos amáveis e respondia com grande interesse aos mais disparatados comentários. Aquele cara ao seu lado, o mais alcoólatra dentre nós, já tinha os olhos turvos e falava mais alta e ousadamente que os demais, e você gentilmente informou-lhe que estava exagerando. Reprovei com o olhar a forma condescente com que tratavas o néscio. Você já exagerava no espírito de caridade!

- Não sei porque ainda insisto em andar com vocês, bando de vermes. - falei em voz alta e rapidamente, como se fosse uma contração involuntária. E de fato era. Minha intenção era somente pensar. Entrei em pânico ao ver os olhares deles todos coléricos apontando estáticos em minha direção, e o seu ao ouvir tamanho absurdo. Eu quis sumir.

- Se andas com a gente, só é possível que sejas mais um verme, como nós. - finalmente disse aquele dentre eles que eu respeitava, o que aumentou a minha vergonha. Ele estava sério e visivelmente decepcionado com a minha arrogância. Eu me esforçava em encará-lo, realizando um esforço emocional olímpico. Eu pedi perdão e quis me levantar da mesa. Você deteve o meu braço, fitou os meus olhos, e disse, quase rindo:

- Ah, que bobagem! Senta aí! É visível que vocês se adoram, e por isso não se desgrudam!

Eu me acomodei de novo, enchi meu copo de vodca, e bebi até a metade. Só assim pude relaxar. Até fiz brincadeira sobre aquilo. Não me dei conta da hostilidade que ainda pairava sobre mim.

A mesa foi se esvaziando com o avançar da madrugada, te perguntei sobre o ônibus que ias pegar. Vibrei por dentro quando você disse que era tal, o que eu também pegava. Não precisaria mentir para te seguir. Passado o efeito do álcool, supus que me desprezavas pelo comentário de antes. Tomado de medo, procurei a tua boca e encontrei-a totalmente entregue. Nos despedimos aquele dia, te telefonei e por algum motivo, no meio da conversa, me entristeci profundamente, e não quis mais te ver.

Estamos aqui, após seis anos, reencontrados. Você viveu muitas coisas pelo que me conta, deu dez voltas pelo mundo enquanto eu não saí do ponto em que senti a tua boca totalmente entregue. Estás quase casada, é impossível negar o amor que envolve a aura comum de vocês dois. Não consigo me ressentir por isso. Te ver despertou em mim o há muito adormecido desejo de escrever. Mas deixo isso para depois. O mundo cantado pela tua voz soa com uma beleza indescritível.

Alan Araguaia

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

The wall

Mais um mês, outro verão. Acabou. Foi julho, é agosto.

O ontem das praias lotadas, das sestas e das paqueras. Um quê de religioso, a bebida faz-se sagrada nas “louras” dos botecos, “engarrafando” as mentes. Desfrute do descanso, dias de revisão. Manutenção. Modificação.

Mudar, o tempo todo. Sempre. Cada minuto, segundo , milésimo de segundo. Um grão de areia move-se, e o que era há um instante, se desfez... A gota d’água evaporou, alguém chorou, outro sorriu, enquanto partiram-se. Partiu, o que foi, o que éramos, o que se construiu.

Mas a vida é assim, uma eterna construção e destruição. Shiva, renova! Aponta sua trishula para os homens. Retire a inércia e instale o bem, alegria e amor.

Confraternizamos, conversamos, compartilhamos, descansamos. É tempo de renovar, olhar a si e ao próximo, inicia um novo ciclo. Momento de trabalhar duro, cumprir os deveres e exigir os direitos.

Basta de impunidades! Não vendam a ilusão.

Expulse a inércia, convide o trabalho. Pensai-vos em prol de cada um e de todos nós.

Julho, se foi. Vivemos, está lá.

Agosto... Mês de confraternizações, renovações e reordenações.

Qualquer coisa que façamos em prol de nosso próprio bem-estar e no dos outros, é construtor. Elevarmos-ei o muro das virtudes!

Não queimem florestas, nem roubem ou joguem lixo na rua. Ame(é)m!

Nosso bem-estar é o resultado do convívio harmonioso entre todos.

Damaru, tocai a canção. Controle o tummo.

Re-união.

Fabíola Corrêa


Vídeo “A história da não-violência”, parte 2/5.

A parte 1 do vídeo foi publicada no dia 17 de março de 2007.